A primeira rodada da Série B 2025 vai ao ar nesta sexta-feira, 4 de abril, às 19h30, no Estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia, com Goiás recebendo o Amazonas. É um momento histórico: pela primeira vez desde 1997, nenhum jogo da Série B será transmitido pelo Grupo Globo. As negociações entre a emissora e as ligas esportivas não avançaram — e isso não foi um acidente. Foi o resultado de uma virada estratégica sem precedentes no futebol brasileiro.
Um novo modelo de transmissão, feito pelos clubes
Quem comandou essa mudança não foi a TV, mas os próprios clubes. A Liga Forte União (LFU) e a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) uniram forças pela primeira vez para negociar coletivamente os direitos de transmissão. O objetivo? Quebrar o monopólio da Globo, que dominava a Série B por quase três décadas. O resultado? Um pacote de cinco plataformas, com transmissões gratuitas e pagas, garantindo que, em cada rodada, ao menos um jogo fique disponível para todos os torcedores — sem assinatura.
Essa estratégia rendeu cerca de R$ 170 milhões, segundo o Jornal de Brasília. É um montante que supera o que a Globo oferecia nos últimos anos — e, mais importante, distribui o dinheiro de forma mais equilibrada entre os clubes, especialmente os do Norte e Nordeste, que sempre ficavam na sombra.
Disney, RedeTV! e Kwai: a nova tribo da Série B
O Grupo Disney levou a maior fatia: todos os 380 jogos da temporada. A transmissão será feita pela ESPN (TV por assinatura) e pelo Disney+ (streaming), com contrato de três anos, válido até 2027. E aqui vai o detalhe que surpreendeu: todos os jogos estarão inclusos no pacote já pago pelos assinantes do Disney+. Nada de cobrança extra. É um movimento claro: a Disney quer atrair torcedores fiéis, não apenas espectadores pontuais.
Na TV aberta, a RedeTV! retorna à Série B com dois jogos por rodada — algo que não acontecia desde 2018. E não foi só isso: o canal Desimpedidos, do YouTube, vai retransmitir os mesmos jogos da RedeTV! em tempo real, ampliando o alcance para quem não tem TV por assinatura. Já o Kwai, aplicativo de vídeos curtos, entrou no jogo com um jogo exclusivo por rodada — e pode ser o primeiro passo de uma nova geração de plataformas digitais no esporte.
Clássicos que voltaram da esquecência
A Série B 2025 não é só sobre transmissão. É sobre identidade. O Atletiba — entre Coritiba e Athletic Club — volta a ser disputado na segunda divisão após 30 anos. O Re-Pa — Remo x Paysandu — retorna após 18 anos. E o clássico Bota-Ferro, entre Botafogo-SP e Ferroviária, que não acontecia na Série B desde 1990, está de volta. Esses jogos não são só rivalidade. São memória. São raiz. E agora, estão de volta ao centro do palco.
Além disso, o Athletic Club estreia na competição. O time de Curitiba, que chegou à Série B após 21 anos fora da elite, é o único estreante. Já o CRB, de Maceió, é o único representante do Nordeste — o menor número da história da região na Série B. O Norte, por sua vez, volta com três clubes: Amazonas, Remo e Paysandu — a primeira vez em 19 anos.
Estádios e punições: o lado invisível da competição
Nem tudo é festa. Vários clubes tiveram que mudar seus estádios de mandos por causa de punições do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O Amazonas, por exemplo, joga no Estádio Carlos Zamith, em Manaus, porque seu estádio habitual ainda está interditado. Outros, como o Chapecoense, tiveram que jogar fora de casa por problemas estruturais. Isso mostra que, mesmo com a nova era de transmissão, os desafios logísticos e administrativos do futebol brasileiro ainda pesam.
Por que isso importa para você
Se você torce por um time da Série B, isso muda tudo. Antes, se você não tinha TV por assinatura, seu time podia desaparecer da tela por meses. Agora, você tem acesso a pelo menos um jogo por rodada — de graça — na RedeTV! ou no Desimpedidos. Se você quer ver tudo, o Disney+ é uma opção acessível. E se você é jovem, usa celular, vive no TikTok ou no YouTube? O Kwai está aí.
Isso também muda o jogo financeiro. Os clubes do Norte e Nordeste, que viviam à mercê da Globo, agora têm uma fatia mais justa. O dinheiro está sendo distribuído com base em desempenho e audiência digital, não só em tradição. E isso pode ser o começo de uma nova estrutura para o futebol brasileiro.
O que vem a seguir
A próxima grande batalha será em 2026, quando os direitos da Série A também vencem. A LFU e a Libra já estão se preparando. Se conseguiram romper o monopólio da Globo na Série B, por que não na Série A? O modelo de transmissão coletiva pode se tornar o padrão. E se isso acontecer, o futebol brasileiro pode finalmente deixar de ser um negócio de poucas emissoras e se tornar um negócio dos clubes — e dos torcedores.
Frequently Asked Questions
Como posso assistir aos jogos da Série B 2025 de graça?
Pelo menos um jogo por rodada será transmitido gratuitamente. A RedeTV! exibe dois jogos por semana em TV aberta, e o canal Desimpedidos, no YouTube, retransmite os mesmos jogos em tempo real. Além disso, o Kwai transmite um jogo exclusivo por rodada, também sem custo. Nenhum assinatura é necessária para acessar essas transmissões.
Por que a Globo perdeu os direitos da Série B?
A Globo apresentou uma proposta financeira considerada insuficiente pelas ligas LFU e Libra. Os clubes optaram por um modelo coletivo que, apesar de dividir os direitos entre várias plataformas, garantiu mais receita total — R$ 170 milhões — e maior equidade entre os times, especialmente os do Norte e Nordeste. A emissora não conseguiu competir com o novo pacote.
Quais clubes estão retornando à Série B após longo tempo?
O Amazonas FC retorna à Série B após 19 anos sem participação. O Athletic Club, de Curitiba, estreia na competição pela primeira vez. O CRB é o único representante do Nordeste — o menor número da história. Além disso, o Re-Pa (Remo x Paysandu) volta após 18 anos, e o Atletiba (Coritiba x Athletic) após 30 anos.
Quantos jogos serão transmitidos e por quais plataformas?
Todos os 380 jogos da temporada serão transmitidos. O Grupo Disney leva todos os jogos via ESPN (TV por assinatura) e Disney+ (streaming). A RedeTV! exibe dois jogos por rodada em TV aberta, o Desimpedidos retransmite esses mesmos jogos no YouTube, e o Kwai transmite um jogo exclusivo por rodada. O modelo garante cobertura ampla e gratuita para o público.
Qual é a importância da participação do Norte e Nordeste na Série B 2025?
É histórica. O Norte tem três clubes pela primeira vez em 19 anos, e o Nordeste tem apenas o CRB — o menor número da história. Mas, com a nova estrutura de transmissão, esses times têm acesso direto a receitas e visibilidade que antes eram quase inexistente. Isso pode incentivar investimentos regionais e fortalecer o futebol fora do eixo Sul-Sudeste.
O que isso significa para o futuro do futebol brasileiro?
É um sinal de que os clubes podem se organizar e desafiar os grandes conglomerados de mídia. Se a Série B conseguiu romper o monopólio da Globo, a Série A pode ser a próxima. O modelo coletivo, com múltiplas plataformas e transmissão gratuita, pode se tornar o novo padrão — e colocar o torcedor no centro, não a emissora.
Aron Avila
Isso tudo é farsa. Disney não quer futebol, quer engatar torcedor no streaming. Quando der ruim, some como a Globo fez com o Campeonato Brasileiro nos anos 90.
Elaine Gordon
A transição para um modelo descentralizado de direitos de transmissão representa um avanço estrutural significativo para o futebol brasileiro. A distribuição equitativa de receitas entre clubes regionais é um passo essencial para a sustentabilidade do esporte.
Andrea Silva
Meu avô torcia pro Remo nos anos 80 e nunca viu o Re-Pa na TV. Agora tá no ar de graça. Isso aqui é história mesmo. O povo do Norte finalmente tá sendo visto. Parabéns aos clubes que fizeram isso acontecer.
Gabriela Oliveira
Disney+ com todos os jogos inclusos? Claro que sim. É só pra pegar os dados dos torcedores, vender pra Big Tech e depois aumentar o preço. E a RedeTV!? Só tá aí porque foi comprada por uma holding da China. Tudo é manipulação. O Kwai? É um teste de comportamento pra controlar a emoção do torcedor. Amanhã o jogo vai ser transmitido por IA no metaverso. E você vai pagar por isso.
ivete ribeiro
Disney+ entrando na Série B é como colocar uma Ferrari no asfalto de terra. É elegante, mas o povo tá no pão com mortadela. E o Kwai? O que é isso, um TikTok do futebol? É o fim da cultura do estádio. O futebol tá virando influencer marketing. 😒
Vanessa Aryitey
Essa mudança não é revolução, é uma ilusão criada por quem nunca teve que pagar conta de luz em casa. O dinheiro vai para os clubes grandes que já têm estrutura. Os pequenos vão continuar mendigando patrocínio. A Globo era um monopólio, mas pelo menos dava visibilidade. Agora? Apenas uma nova elite com outro nome.
Talita Gabriela Picone
Que emoção ver o Remo e o Paysandu de volta na Série B! E de graça na TV aberta? Isso é amor por futebol. Quem disse que o povo do Norte não merece? A gente tá aqui, torcendo, vibrando, e agora a gente vê. Muito obrigado por não esquecer de nós.
Evandro Argenton
Alguém aí sabe se o Desimpedidos vai ter comentarista? Porque se for só o áudio da RedeTV! sem ninguém explicando, eu não entendo nada. Aí vira um monte de grito e ninguém sabe o que tá rolando.
Adylson Monteiro
Isso tudo é um espetáculo de mentira. A Globo não perdeu os direitos - ela foi forçada a sair porque não queria pagar o preço que os clubes queriam. E agora? A Disney vai lucrar com isso, enquanto os pequenos clubes vão se endividar pra manter os estádios. E o Kwai? É um app de vídeo curto, não de futebol. Isso é um erro estratégico. E o CRB? Só um? Isso é o fim do Nordeste no futebol profissional. E vocês ainda comemoram?
Carlos Heinecke
É isso aí, galera! A Globo estava matando o futebol com seus horários de merda e seus comentaristas que nem sabiam o nome do zagueiro! Agora, o futebol tá nas mãos dos torcedores. Disney+ é barato, RedeTV! é popular, Kwai é da nova geração. Isso é o futuro. Vai ter gente que vai chorar, mas o futebol tá vivo. 🚀
Aline de Andrade
Modelo de monetização baseado em engagement digital e distribuição descentralizada de direitos é o novo paradigma. A LFU e a Libra adotaram uma abordagem de blockchain mindset sem o blockchain. A monetização por audiência, não por tradição, é a chave para a equidade estrutural.
Amanda Sousa
É curioso como o futebol, que sempre foi tão regional, finalmente está sendo visto como um todo. O Re-Pa, o Atletiba, o Bota-Ferro... esses clássicos não são só jogos, são memórias. E agora, crianças do Norte e do Nordeste vão crescer vendo isso na TV. Isso é mais que transmissão. É pertencimento.
Fabiano Oliveira
A transmissão coletiva, embora inovadora, carece de regulamentação técnica. A qualidade de transmissão em plataformas como Kwai e Desimpedidos não é padronizada. A ausência de padrões de áudio e vídeo pode comprometer a experiência do espectador e a integridade da competição.
Bruno Goncalves moreira
Eu não entendo muito de negócio, mas vi o jogo do Amazonas na RedeTV! e fiquei emocionado. Meu pai morreu em 2012 e nunca viu o time na Série B. Agora, eu consigo mostrar pro meu filho. Isso vale mais que dinheiro.
Carla P. Cyprian
É imperativo observar que a ausência da Globo representa uma ruptura epistemológica no ecossistema midiático esportivo brasileiro. A hegemonia discursiva que sustentava a narrativa do futebol nacional foi deslocada por um modelo plural, ainda que incipiente.
Ezequias Teixeira
Alguém sabe se o jogo do Amazonas vai ter áudio em língua indígena? Acho que deveria. O estádio deles fica na Amazônia, e muitos torcedores falam línguas locais. Isso seria respeito real, não só transmissão.
Mayra Teixeira
É só uma questão de tempo até o Kwai começar a vender NFT de gols. E aí vai ter gente pagando R$ 500 por um gol do Remo. Mas tá tudo bem, porque o futebol tá na mão do povo. Ainda que esse povo não saiba o que é NFT.
Francielly Lima
Ao permitir que plataformas digitais como Kwai e Desimpedidos transmitam jogos, o futebol brasileiro está se alinhando a uma lógica de consumo superficial, onde a profundidade da tradição é substituída por algoritmos de entretenimento. Isso não é evolução. É decadência.
kang kang
Isso aqui é o futuro, mano. 🤝 O futebol tá deixando de ser negócio de TV e virando coisa de povo. O Re-Pa na RedeTV! com o pai e o filho assistindo no celular? Isso é amor. 🔥
Juliana Ju Vilela
Minha mãe chorou quando viu o Remo jogando de novo. Ela tem 72 anos e nunca viu o clássico em casa. Agora, todo sábado, ela liga a TV e espera. Isso aqui é mais que futebol. É vida.